Apresentação

Blog oficial de Carlos Eduardo, onde podemos encontrar toda a produção textual deste, ainda desconhecido mas muito talentoso, escritor da nossa literatura pós-moderna.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A queda do muro e a imposição de novas barreiras

Olá amigos, o texto que segue logo abaixo, era para ser postado na segunda-feira, mas como fiquei alguns dias sem net, postá-lo-ei hoje! xD
Há exatamente 20 anos, caia um dos maiores ícones do pós Segunda Guerra, o Muro de Berlin. Guardo ainda em minha memória o pouco que aprendi sobre o muro, tentarei lembrar aqui, nas não nego que alguns fatos terei que recorer à famosa Wikipedia. Não é difícil estudar sobre o que foi o muro mas sim o que ele significou para a história da Alemanha, e porque não dizer... da humanidade? Imagine você acordar em um belo dia e descobrir que há um muro dividindo a sua cidade, e que quem está de um lado não pode passar para o outro e vice-versa, você se espanta quando lembra que o seu trabalho está além do muro, se apavora quando o telefone toca e seus pais dizem que não poderão mais se ver. Você perderá o ano letivo na faculdade, poi ela também está do outro lado da cidade.
Foi exatamente (ou quase isso) que os moradores da capital alemã Berlin devem ter pensado na manhã de 13 de agosto de 1961. Depararam-se com um muro de mais de 66 Km de distância que dividia a cidade em dois regimes, o Socialista e o Capitalista. Mas mais do que dividir uma cidade, o muro conseguia dividir um planeta, era o auge da Guerra Fria e EUA e União Soviética lutavam pelo controle do mundo. A Alemanha estava dividida entre o Capitalismo americano e o Socialismo soviético, do lado capitalisma a República Federal da Alemanha e do socialista a República Democrática Alemã, esta última a idealizadora da construção do muro. Após quase 30 anos, o muro serviu apenas para que um grande número de pessoas viessem a morrer em tentativas frustradas de fuga, o número não foi confirmado mas gira em 1300 mortes (li na revista Planeta deste mês). Havia então duas Alemanhas, a Oriental e a Ocidental. Podemos dizer que o mesmo páis, mas duas nações, que estariam frente as frente em um jogo da Copa do Mundo de Futebol de 1974, vendido pelos orientais (vale lembrar que os ocidentais tinham nada mais que Franz Beckenbauer!).
O fim do grande muro aconteceu em 9 de novembro de 1989 (dia que eu completava um ano e um mês de vida), quando o governo da Alemanha Oriental anunciou que os habitantes da RDA poderiam visitar a Alemanha e Berlin Ocidentais. Foi uma grande festa quando os alemães ocidentais se encontraram com os alemães orientais (provavelmente regada a muito chopp e salsicha). Aconteceu que nas semanas que se seguiram, o muro foi aos poucos sendo destruídos por moradores e máquinas de demolição, conservando-se apenas alguns trechos, dos quais surgiu a East Side Galery, com 1300 metros e que reúne as obras de 118 artistas de 21 países, todas as obras em prol da liberdade, não seria para menos né? Muitos são os memoriais e museus espalhados por onde passava o que ficou conhecido como Muro da Vergonha (eita nome mais que apropriado!). E após a queda do muro, no dia 3 de outubro de 1990 acontecia a unificação das duas Alemanhas. (que momento mais feliz)
Motivo do post: mesmo com a queda do muro, barreira física que dividia uma mesma nação, um mesmo povo, uma mesma cultura, ainda podemos encontrar barreiras sociais que dividem a nossa gente. É sabido que muitas comemorações foram planejadas para esta semana, onde completam-se 20 anos da queda, mas precisamos também refletir e pensar nas outras barreiras que existem em nosso mundo, mas que ainda são instransponíveis. Basta que olhemos para a África e a fome que assola o continente, para o Oriente e suas guerras, para as nossas favelas que nos colocam diante de seus muros, não de concreto, mas sociais e culturais. Será que um dia conseguiremos derrubar estes muros também?

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